sábado, 19 de novembro de 2011 0 comentários

descarte

abjeto dejeto
lixo concreto
charme discreto
deste século
do objeto
sexta-feira, 18 de novembro de 2011 0 comentários

costume

tenho medo de tocar
as pessoas.
penetrar em sua intimidade
corpórea.
outras peles
outros cheiros
sem o conhecido
do meu habitual
quinta-feira, 17 de novembro de 2011 0 comentários

cantinho do olhar

meus olhos captam o movimento
pelos cantos
ruas pessoas prédios
e carros
pelas bordas
ritmo frenético das pálpebras
outras vidas me atravessam
pelas margens
paralisia
quarta-feira, 16 de novembro de 2011 0 comentários

plástico

sintético
mimético
      ético

etílico acrílico
delírio de poeta
terça-feira, 15 de novembro de 2011 0 comentários

pressão

cedo o cedro cede
talhado pela lâmina
cedo o medo cede
afiado pelo corte
cedo Pedro cede
pressionado pela morte
segunda-feira, 14 de novembro de 2011 0 comentários

querências

quero ser capaz da genialidade
de um dia após o outro
do cotidiano vivido sem pressa
da vida que se esmera
em cadência, lentidão e tarefa
domingo, 13 de novembro de 2011 0 comentários

chuva

chuva.
chuva suja.
enlameia
negra teia.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011 0 comentários

Verão

Me consumo em irritação
Me armo em espinhos
Prontos a furar o mundo
Rasgá-lo em pedaços
Verter seu sangue e seu sumo
Desperdiçar alegria e paixão
Tudo só para ordenar
Aquilo que não vai bem ao meu gosto
quinta-feira, 10 de novembro de 2011 0 comentários

capitu

fascínio
papéis canetas
- letras
embriaguez de fala
ressaca de poesia
quarta-feira, 9 de novembro de 2011 0 comentários

enredo

o que me falta é enredo
forma, já tenho demais
sobram linhas superficiais
palavras arrumadas sem medo

conteúdo: o grande segredo
terça-feira, 8 de novembro de 2011 0 comentários

ocupação

estou sempre tão preocupada
em te fazer feliz
que às vezes
as coisas ficam por um triz
segunda-feira, 7 de novembro de 2011 0 comentários

futuro

futuro
- negro menino olhar
futuro
- branco velho apagar
futuro
- amarelo amargo acorda
futuro
- vermelho venenoso versejar
domingo, 6 de novembro de 2011 0 comentários

venda

Ficar aqui sentada
vendo a vida passar pela janela
enquanto a vida se vende
e a janela não passa
de uma venda
sábado, 5 de novembro de 2011 0 comentários
não ligo mais
para seus silêncios
que fogem de mim.

agora,
eu invento

                     poesia
sexta-feira, 4 de novembro de 2011 0 comentários

secura

estou seca.
veias estancadas.
toda a seiva que havia em mim
foi sugada.

brincando de existir.
 
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