tens cheiros espumas e bolhas
água do mar em manhã de sol
tens olhares molhares e gostares
vento batendo lento no lençol
tens nãos gritos e rolhas
silêncio de peixe no anzol
tens almoços lanches e jantares
pedras agrupadas no atol
queria enfurnar você
nas gavetas da existência
como mais um suéter ou uma meia de lã
e fechar o armário com força
pra nunca mais ter que vestir
seu gosto de bolor